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Aqui há dias o tema do fórum da TSF versava sobre um pedido que a coligação de associação de pais do Porto fez para que os estabelecimentos de ensino primário passem a funcionar em horário alargado, das 8:00 às 19:00. Este pedido não deixa de gerar em mim um sentimento ambíguo!
Por um lado compreendo que para os pais esse horário alargado seja muito conveniente. Os pais que recorrem a uma entidade externa para gerir os tempos livres dos filhos, vulgo ATL, poupam desde logo uns euros ao fim do mês com a mensalidade do respectivo ATL e os filhos deixam de fazer os "transbordos" diários ATL-escola/escola-ATL. Os outros pais, os que têm a sorte de poder ir buscar os filhos à escola, ou têm alguém que possa fazer isso por eles, passariam a ter uma maior flexibilidade de horários.
No entanto, não posso deixar de recordar que quando eu era miúdo passava grande parte do meu tempo livre a brincar, ou na ama ou na rua, com os outros miúdos da vizinhança. Tendo bem presente na memória esses belos tempos, aceito de bom grado a ideia de que aqueles foram muito importantes na minha formação enquanto indivíduo. Os tempos de brincadeira não são só momentos de lazer. A criança desenvolve capacidades e aprende a sociabilizar.
Mais, de ano para ano aumenta a prevalência de obesidade nas crianças. Privando-as dos poucos momentos de brincadeira que estas ainda têm, obrigando-as a permanecer sentadas numa sala de aula durante todo o dia, decerto que aquele problema se agravará.
Outra questão que me apoquenta! Não estaremos a depositar na escola um papel intrínseco aos pais e à família? As crianças, ao passar 11 horas por dia na escola, passarão a ser educadas principalmente pelos professores e restantes agentes educativos. No meu entender, estes devem dar formação, tendo um papel importante, mas não primordial, na educação da criança. Com esta medida não estarão os pais a desresponsabilizar-se de uma tarefa que é sua por direito, mas acima de tudo, por dever?
Por último, esta medida obrigaria à contratação de mais pessoal auxiliar, o que, nos tempos de crise que atravessamos, até seria benéfico. Mas será que essas contratações compensariam os empregos que se perderão com o encerramento da maioria dos ATL?
Eu não sou pai, ainda! Espero que dentro em breve me torne, mas sinceramente, não sei se quero que os meus filhos passem 11 horas por dia na escola. As crianças têm direito a ser crianças, a brincar, esfolar os joelhos e a fazer asneiras.